A separação se tornou real,
ouvi então um conselho, embriagante…
“Agora és livre solta como a borboleta.
Colorida, linda, aproveita o tempo perdido
de lagarta rastejante se formando no casulo “.
Meu coração tornou-se confiante,
ousado, fazendo-me crer não ser frágil
Impelindo-me acreditar em grandes loucuras.
Eufórica, ia esquecendo a triste comparação.
Mas lembrei que a borboleta é frágil ,
não alça grandes vôos,
tendo vida de curta duração.
Meu vôo, quis ser poderoso, não reparei
na delicadeza do coração, que não sabia
comandar essas asas, que delicadas
se machucavam pois não aprenderam
como desviar dos perigos dos jardins
e as maldades…ver não conseguia.
Nesse vôo de sonhos e ilusões ,
acreditando ser forte, pensei ser livre.
Durou pouco, silenciando, acalmando
meu coração, retirei-me das florações.
Ah…a borboleta que iria ser livre …
Esqueceu que era humana, não tendo
asas pra voar e assim não podendo
como não pôde viver dessa
triste comparação!( Wilma Lúcia)
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